não é poesia. não é prosa. não é literatura. não é filosofia. texto. palavra. traço. ponto a linha. entrelinha.
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
sábado, 20 de dezembro de 2014
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
domingo, 14 de dezembro de 2014
sábado, 13 de dezembro de 2014
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
sábado, 6 de dezembro de 2014
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
partícula assombra
Tudo o que você sente não é nada e não encontra lugar em
ninguém. Nem em quem você ama. Nem em um descuido de alguém que como que sem
saber como acaba achando que te ama. Tudo. Uma nuvem. Uma onda. Fótons ou
espécie de partículas sombra que atravessam todas as vigas do que você julga
ser você. Tudo é um sentimento desacordo de uma figa que não encontra coisa em
que possa recair. Tudo tudo tudo enfim é só você e a fantasia que ao final de
tudo te abriga de ver e de sentir o que por fim deve estar entre você e todas
as outras coisas que você não consegue sequer sentir porque nem em sombra você
pode suspeitar que sejam você e estejam aqui.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
sábado, 29 de novembro de 2014
domingo, 23 de novembro de 2014
terça-feira, 18 de novembro de 2014
sábado, 15 de novembro de 2014
parecia
Parecia pedra parada. Parecia. Parecia paralelepípeda
pista. Parecia. Parecia parede caiada. Parecia. Mas não era nada. Céu de pelo e
asa pintada. Nem uma pia. Parecia vírgula deslocada. Parecia. Parecia grão de
trigo. Parecia. Parecia um pedaço de pano uma canoa um cano parecia pau e terra
pisada. Parecia ferrugem de trilho. Parecia. Parecia porta de erguer. Parecia.
Parecia relógio e corrente. Parecia. Parecia madeira maçaneta e batente.
Parecia. Mas não era nada. Parecia velcro no piso e solado de meias passadas.
Parecia. Parecia piano e pinho. Parecia. Parecia pandeiro e surdina. Sustenido.
Parecia banqueta parecia arco parecia um palco subindo. Parecia. Mas não era
nada. Parecia máquina de colheita. Parecia trituradeira. Parecia. Parecia
estrada de asfalto e as duas linhas uma contínua e a outra tracejada. Parecia.
Mas não era nada. Parecia a tela no escuro. Parecia. Parecia algodão e
almofada. Parecia. Parecia cortina entreaberta. Parecia. Parecia. Mas não era
nada. Só arrumada no canto de uma página era uma coleta de palavras anotadas.
sábado, 8 de novembro de 2014
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
terça-feira, 4 de novembro de 2014
domingo, 2 de novembro de 2014
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
o fim
Onde. Ponto. Sem fim. Todas as palavras levam a lugar
nenhum. Sejam quais forem sempre os mesmos. Superfície rasa. Chapada. Nenhuma
fresta. Aresta. Onda opaca. Verde liso e sem nenhuma chance de apreender outra
circunstância. De volta ao começo. Desmantelamento. Nenhum passo a mais. Nem um
passo a mais. Está tudo exposto. Sempre o mesmo lugar no jogo. Sempre o mesmo
fim. Nada pode mudar. Será assassinato não suicídio matar isso que insiste em
ver desse ponto de vista. Não prosseguir. Não prosseguir. Parar. Parar. Ter a
coragem suprema de parar e ficar para desassistir o que é que afinal vai deixar
de vir.
terça-feira, 28 de outubro de 2014
domingo, 26 de outubro de 2014
sábado, 25 de outubro de 2014
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
terça-feira, 21 de outubro de 2014
domingo, 19 de outubro de 2014
sábado, 18 de outubro de 2014
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
terça-feira, 14 de outubro de 2014
domingo, 12 de outubro de 2014
sábado, 11 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
o que se passa como possa
Nem sempre é o melhor a fazer. O fazer. Quase braço onde
um caldo se começa a entornar. Nem sempre há o que fazer. Só ficar sentado
sentindo a dor insuportável o como que bafo do abismo. Não como o calmo que
avança. Mas como o mar que se levanta. Mesmo que areia mesmo que fumaça. Mesmo
que nada do que se possa pensar faça efeito. Mesmo que nada do que se possa
abrir mão faça efeito.
Nem sempre há o que fazer no que é passível sentir ou
ver. Nem sempre é possível ver ou sentir o que está ali ou mais tarde num outro
horizonte. Mesmo que faça sentido nem sempre faz sentido permanecer agindo
daquele modo. Nem sempre encontrar um jeito no fora do jeito no lugar quieto no
que não se pode calcular de errante.
Fazer as pazes com um sentido andar de modo amigo. Recalcular
a rota. Ou voltar as costas para o que é possível. Partir do antigo. Explodir
todo o futuro previsto. Tudo estragado fora do frasco tudo deitado ao chão.
Nem sempre há o que fazer nem deixar de fazer. A maior
parte do tempo o que segue da gente é um conjunto de membros montados em carne
em ossos um conjunto que vai sendo a gente enquanto a gente arranja coragem
para seguir adiante.
Às vezes não é uma questão de tempo nem uma estada
distante. Às vezes é encontrar o próprio corpo num requebrar desconcertante. Às
vezes não é uma questão de encontro ou de construção. Às vezes é só uma questão
de tom.
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