não é poesia. não é prosa. não é literatura. não é filosofia. texto. palavra. traço. ponto a linha. entrelinha.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
o fim
Onde. Ponto. Sem fim. Todas as palavras levam a lugar
nenhum. Sejam quais forem sempre os mesmos. Superfície rasa. Chapada. Nenhuma
fresta. Aresta. Onda opaca. Verde liso e sem nenhuma chance de apreender outra
circunstância. De volta ao começo. Desmantelamento. Nenhum passo a mais. Nem um
passo a mais. Está tudo exposto. Sempre o mesmo lugar no jogo. Sempre o mesmo
fim. Nada pode mudar. Será assassinato não suicídio matar isso que insiste em
ver desse ponto de vista. Não prosseguir. Não prosseguir. Parar. Parar. Ter a
coragem suprema de parar e ficar para desassistir o que é que afinal vai deixar
de vir.
terça-feira, 28 de outubro de 2014
domingo, 26 de outubro de 2014
sábado, 25 de outubro de 2014
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
terça-feira, 21 de outubro de 2014
domingo, 19 de outubro de 2014
sábado, 18 de outubro de 2014
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
terça-feira, 14 de outubro de 2014
domingo, 12 de outubro de 2014
sábado, 11 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
o que se passa como possa
Nem sempre é o melhor a fazer. O fazer. Quase braço onde
um caldo se começa a entornar. Nem sempre há o que fazer. Só ficar sentado
sentindo a dor insuportável o como que bafo do abismo. Não como o calmo que
avança. Mas como o mar que se levanta. Mesmo que areia mesmo que fumaça. Mesmo
que nada do que se possa pensar faça efeito. Mesmo que nada do que se possa
abrir mão faça efeito.
Nem sempre há o que fazer no que é passível sentir ou
ver. Nem sempre é possível ver ou sentir o que está ali ou mais tarde num outro
horizonte. Mesmo que faça sentido nem sempre faz sentido permanecer agindo
daquele modo. Nem sempre encontrar um jeito no fora do jeito no lugar quieto no
que não se pode calcular de errante.
Fazer as pazes com um sentido andar de modo amigo. Recalcular
a rota. Ou voltar as costas para o que é possível. Partir do antigo. Explodir
todo o futuro previsto. Tudo estragado fora do frasco tudo deitado ao chão.
Nem sempre há o que fazer nem deixar de fazer. A maior
parte do tempo o que segue da gente é um conjunto de membros montados em carne
em ossos um conjunto que vai sendo a gente enquanto a gente arranja coragem
para seguir adiante.
Às vezes não é uma questão de tempo nem uma estada
distante. Às vezes é encontrar o próprio corpo num requebrar desconcertante. Às
vezes não é uma questão de encontro ou de construção. Às vezes é só uma questão
de tom.
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
terça-feira, 7 de outubro de 2014
sábado, 4 de outubro de 2014
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
move
Algo ínfimo que muda estatela e move.
Chove. Primavera sem flores só as cores e todas todas são o sol e o azul. Um
azul de tinta carregada escorrida que abordoa tudo que em tudo vibra como lama
óleo que de tudo emana. Primavera de fulgores. Que destrançam almas que atravessam
corpos e arremessam gestos para longe. Primavera de espasmos de risadas e de
ritmos que se descortinam e escapam que no vinco não encontram mais a fonte. Primavera
mundo desviado do rumo pedra desprendida desfazendo marcas e borrando línguas
sacudindo as vidas convertendo as almas numa onda de fagulhas novas de fagulhas
imprevistas.
(extraído do livro "onde houver vida a vida haverá vingar")
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
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