não é poesia. não é prosa. não é literatura. não é filosofia. texto. palavra. traço. ponto a linha. entrelinha.
sexta-feira, 29 de maio de 2015
sábado, 23 de maio de 2015
que dormia
Seria
eu dormido? Vi de longe dentro de um quadrado. Em volta estava escuro por isso
a ideia de um quadrado. Seria eu dormindo? Parecia. Meus cabelos. O rosto. A
respiração. Tudo eu reconhecia. Só não podia reconhecer o fato de estar ali
fora do eu que sentia. Estar ali no horizonte. Ao fim dos olhos. O meu rosto
semblante pousado numa fronha e ao lado nada. Somente o escuro a enquadrar o
sono. De onde eu via? Quem era o eu que via. E aquele que dormia dormia sem
consciência de ser visto. Sonhava quem via aquele que dormia. Sonhava que via
naquele que dormia. Sonhava quem dormia. De qualquer modo alguém sonhava e
alguém via e aquele que olhava sabia-se dormido porque olhava-me o que dormia.
Seja
como for sonhava ou melhor via. O mais certo de tudo era que com certeza
dormia. Mas que diferença faria aquilo a não ser a paralisia daquele vislumbre
a não ser a catatonia naquilo que via. Mesmo isso já era falho. Não podia
acreditar no que via. Não podia duvidar de que via. Só podia constatar ad aeternum que via. Mas nem isso era de crer uma vez que não era possível mais
deixar de concordar que dormia. Mesmo que ver não fosse vão tudo ficara em
suspenso desde então.
(extraído do livro
"um a um - os poros da paisagem pólen")
o ver de azul |
quinta-feira, 14 de maio de 2015
domingo, 10 de maio de 2015
sábado, 9 de maio de 2015
quarta-feira, 6 de maio de 2015
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