não é poesia. não é prosa. não é literatura. não é filosofia. texto. palavra. traço. ponto a linha. entrelinha.
domingo, 30 de agosto de 2015
sexta-feira, 28 de agosto de 2015
algo vizinho daqui
Algo está vizinho daqui. Algo que não se esconde. Que não se
confunde que não se encontra no sentido exprimido pela palavra onde. Algo está
vizinho. Vizinho. Vizinho que de tão na beira do que digo quase já é outro lado
quase já não se aprisiona nesse texto a não ser como uma espécie de vago. Algo
que está vizinho tão perto mas que não posso chegar com a mão ou com a língua.
Só pelo pensamento. E mesmo esse não quando no exercício comum de
cotidianamente. Algo que está vizinho. Que só se arranca se extrai se expressa
de modo nenhum previsto. Algo que imanifesto não claro inserto no cavo desse
segundo. Algo que não preciso nem voz nem vácuo nem vínculo. Algo que ainda não
digo por mais que nesse escorrer do lápis pela página eu tenha chegado ao grave
de quase dizer. Algo que não se prende com a dança da língua nos dentes. Se diz
fala do coração ou com as narinas pelo escapar do que vejo. Algo além do
minúsculo de um ensejo. Algo alguidar ao guidon no desvio que já pressinto no
descuido que não planejo.
(extraído do 'livro': "Afeto confesso" - título provisório.)
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
terça-feira, 25 de agosto de 2015
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
sábado, 15 de agosto de 2015
todos mortos
tenho algo a declarar: vocês estão todos mortos. Inclusive eu. Inclusive o u. Inclusive os mortos. Todos tão mortos como pessoas como arquivos como memórias como vivos. Todos tão mortos como mortos como partes como nomes como signos. Todos todos todas tanto tantos tantas mortos sem nenhum cataclismo. Como mortos que se movem como vivos. Todos tão mortos que se pensam quando pensam que estão vivos o que fazem é o arremedo de si mesmos dos só mesmos solipsismos. Todos tão mortos mesmo eu. Mais que todos morta morta morta nesse mundo morto que se nutre desses mortos de tão vivos. Todos tão mortos. Mesmo eu. Mesmo tu. Mesmo quem ainda não nasceu. Mortos arrebentados sem ver o que já se instala nessa carne rarefeita. Mortos sem vela sem capela só do pó é que podem sair vivos. Mortos tão mortos sem ver esse verme que já ondula pelas fibras imprevistas.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
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