não é poesia. não é prosa. não é literatura. não é filosofia. texto. palavra. traço. ponto a linha. entrelinha.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
um povo
Encontrar um povo.
Um aquele que sem dúvida ainda está em lugar nenhum. Aquele que sem dúvida
ainda não se vê. Aquele que sem dúvida ruge no espaço entre o que acontece e o
que se vê ou sente. Aquele aquele que não quer deixar de estar aqui. Aquele que
é uma questão de olhar para fazer vir. É uma questão gutúria de galgar cada
palavra até ver até dizer até notar que um povo um povo já está de ímpar em ímpar
a vir.
E onde é que se
encontra um povo? Na língua? No antes da fala. No que começa e não termina. No
que se torna a voltagem diária de percutir com as membranas do corpo o que é
que sem alarde já arde em todo o que possa ver. Não é latente. É pulsante, para
quem deixa o estar ser errante. Para quem percebe a cada polir da lente,
lentamente o convés descer ao nível do mar ao nível da onda e a onda a onda
abarcar com sua vaga de ar mais do que com sua cúspide de água a onda abarcar o
que ainda que não se veja está um jeito de ventar que vibra.
Não é todo sujeito
que consegue. Não é qualquer um. É um que aceita ser o qualquer do um um um. É
o que descobre, no vibrar da letra final da palavra-número um, que indefine e
traz o que não se pode plausir ainda com a testa. Com o semblante, com o
cérebro nem com o sextante. Ou com as ventas. O que não deixa de vir quando
pousado no ato que trepida do instante. O inequívoco sem-instante.
Agora, o que vem a
ser isso? Pousa nos dedos o presságio esquisito de passar isso tudo para uma
história. Ou duas. Pelos menos alguns começos. E o que é que vem? Se não arranja
as palavras em fatos um depois do outro até fazerem algum sentido, mesmo que
não sejam de todo previstos ou vistos, não arranja mais do que dizer da febre e
só colher o silêncio, o des-alvoroço.
Vamos contar. Braço
a torcer. Vamos imaginar o mar. Vamos para a janela. Vamos para um lugar onde
todo de todo erra:
(extraído do livro um mundo outro mundo. no livro, este texto precede o texto "três", publicado aqui em 14/01/2011.)
terça-feira, 19 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
acometida de primavera.
acometida de primavera.
não.
mais do que isso.
acometida de outra esfera.
mais.
acometida de toda quimera elementos
partículas ondas claves de sol e de mi bemol.
acometida de circunferências de retas
em fuga de escoar de águas de jatos.
acometida da força centrífuga e da
força centrípeta.
acometida de forças ubíquas.
acometida do lado
do algo
do o
do oco
e
do vago.
(extraído do livro onde houver vida a vida haverá de vingar.)
sábado, 16 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
a margem
Olhava
de longe do outro lado do vidro. Eu pouco o via. Estava no espelho na sombra
por dentro e fechado entre paredes e o teto da construção. Olhava de longe do
outro lado e eu não via mais que um laivo do rosto uma lâmina da pele iluminada
por um facho da luz solar. Olhava dali sem poder direito enxergar. O que eu via
eram facas de sombras a lhe recortar a silhueta a lhe fazer do escuro chegar.
Olhava
de longe e eu não via qualquer traço do que pudesse me dizer o que aquele rosto
dizia. Olhava e no silêncio do escuro do outro lado do vidro considerava o que
alimentava o que eu via. O que delimitava o que via. Olhava turvo um semblante
pouco claro uma sombra do lado quase não delineado.
Olhava
olhava através do vidro que refletia a luz que refletia o por onde eu ia o de
onde eu via. Olhava na tela líquida e a imagem que vinha simulava uma
fantasmagoria. Olhava indeciso as fronteiras de aviso do que finda do que era a
imagem do que era o corpo que eu via. Olhava uma sombra mas a sombra que eu via
ocupava um lugar preenchia em cilindro o em pé que respira o que desse lugar
com seu olho o olhar com vagar e aos poucos me devolvia.
Olhava
e abria entre as facas de luzes o reconhecer do outro lado o outro corpo que
havia. Não quebrava o espelho não burlava a imagem não varava o reflexo. Era o
ver superfície ocupada minha imagem espelhada e o oposto o escuro que em curvas
e bordas se insinuava outro lado submergia inconcluso e brotava lambido pela
luz que eu via.
(extraído do livro uns tantos outros.)
segunda-feira, 11 de junho de 2012
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