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quarta-feira, 13 de junho de 2012

a margem


Olhava de longe do outro lado do vidro. Eu pouco o via. Estava no espelho na sombra por dentro e fechado entre paredes e o teto da construção. Olhava de longe do outro lado e eu não via mais que um laivo do rosto uma lâmina da pele iluminada por um facho da luz solar. Olhava dali sem poder direito enxergar. O que eu via eram facas de sombras a lhe recortar a silhueta a lhe fazer do escuro chegar.
Olhava de longe e eu não via qualquer traço do que pudesse me dizer o que aquele rosto dizia. Olhava e no silêncio do escuro do outro lado do vidro considerava o que alimentava o que eu via. O que delimitava o que via. Olhava turvo um semblante pouco claro uma sombra do lado quase não delineado.
Olhava olhava através do vidro que refletia a luz que refletia o por onde eu ia o de onde eu via. Olhava na tela líquida e a imagem que vinha simulava uma fantasmagoria. Olhava indeciso as fronteiras de aviso do que finda do que era a imagem do que era o corpo que eu via. Olhava uma sombra mas a sombra que eu via ocupava um lugar preenchia em cilindro o em pé que respira o que desse lugar com seu olho o olhar com vagar e aos poucos me devolvia.
Olhava e abria entre as facas de luzes o reconhecer do outro lado o outro corpo que havia. Não quebrava o espelho não burlava a imagem não varava o reflexo. Era o ver superfície ocupada minha imagem espelhada e o oposto o escuro que em curvas e bordas se insinuava outro lado submergia inconcluso e brotava lambido pela luz que eu via.
(extraído do livro uns tantos outros.)

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