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terça-feira, 25 de junho de 2013

primavera do instante



Vou clandestina visitar outra terra primavera maio daquele ano. Agora que daqui sou o pólen o absoluto vou concluir lá o que fui nessa alvorada de instante. Grito do mais pequeno ao pó ao pedúnculo ao pequeníssimo insano minuto do minuto que já via em si um tudo e sentia ali e fornia ali a mais que cavada veia mutante.
Vou contemplar Dioniso e afins e toda e qualquer estação deveria assim ser um nascer desde Praga desde Paris desde hoje desde esse dia em diante. Desde esses dias outros dias que não mais se contam que não mais se findam que não mais são só um dia uns por sobre os outros. Todos o mesmo dia o mesmo noite o mesmo madrugada sem fim.
Sem fim tanto que daqui quando se diz primavera um pra sempre se cava um eterno se enseja se insere pelos poros de uma outra pele.

(extraído do livro "um a um - os poros da paisagem pólen".)

Um comentário:

  1. Lindo e forte, Mara. Destaco uma emoção particular: "Agora que daqui sou o pólen o absoluto vou concluir lá o que fui nessa alvorada de instante." (Pudesse ser eu quereria.)
    IvSam

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