Parecia pedra parada. Parecia. Parecia paralelepípeda
pista. Parecia. Parecia parede caiada. Parecia. Mas não era nada. Céu de pelo e
asa pintada. Nem uma pia. Parecia vírgula deslocada. Parecia. Parecia grão de
trigo. Parecia. Parecia um pedaço de pano uma canoa um cano parecia pau e terra
pisada. Parecia ferrugem de trilho. Parecia. Parecia porta de erguer. Parecia.
Parecia relógio e corrente. Parecia. Parecia madeira maçaneta e batente.
Parecia. Mas não era nada. Parecia velcro no piso e solado de meias passadas.
Parecia. Parecia piano e pinho. Parecia. Parecia pandeiro e surdina. Sustenido.
Parecia banqueta parecia arco parecia um palco subindo. Parecia. Mas não era
nada. Parecia máquina de colheita. Parecia trituradeira. Parecia. Parecia
estrada de asfalto e as duas linhas uma contínua e a outra tracejada. Parecia.
Mas não era nada. Parecia a tela no escuro. Parecia. Parecia algodão e
almofada. Parecia. Parecia cortina entreaberta. Parecia. Parecia. Mas não era
nada. Só arrumada no canto de uma página era uma coleta de palavras anotadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário