Parado ali na chuva tudo era lado e eu não via. Parado ali
parado sem ter o que revelar do meu dia da minha noite. Sem ter mais nem um
passo a dar em direção àquela agonia. Parado ali parado a chuva lhe abria por
todo o lado frestas de poros por todo o lado a chuva me abria me dissolvia me
acumulava água fria empapava meus olhos meu rosto me apalpava e tirava de toda
aquela agonia. A chuva ponta a ponta por todas as fendas que há no corpo
entrava e abria e me dissolvia e me devolvia sem pele sem pelo sem sangue sem
zelo por nada mais que estar em pé ali embaixo de toda aquela água que só caía
que só caía. Que só caía.
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