Ele vinha para mim se arrastando se
esgueirando. Apoiava sua mão no meu ombro. Olhava furtivamente para trás.
Olhava-me no fundo fundo no mais transcendido do meu olho e dizia: Eu ainda
disso não posso falar.
Sussurrava por entre os pêlos do
bigode, que usava, parecia, à guisa de cortina. Ele sussurrava no meu ouvido
fitando o mais transcendido do meu olho. Sussurrava, voz de suspiro. Voz
abafada pelos pêlos de cortina: Eu ainda disso não posso falar.
E depois voltava para o seu canto. O
canto em que nenhuma faca de fresta de luz incidia porque era o canto que era
um como que não estar ali para que pudesse ser visto. Um canto que só podia
saber que havia quem pressentia que nele já vivia.
(extraído do livro "onde houver vida a vida haverá de vingar")
E Nietzsche diria sussurrando: que retrato...
ResponderExcluir:-)
MURALHAS
ResponderExcluirPAREDES
CORTINAS
MÁSCARAS
E,POR FIM, BIGODES.
VERA
E ele sussurrava sussurrava: "Muitos ainda disso não sabem ouvir..."
ResponderExcluirIsa
Você mais do que ninguém sabe explorar os cantos!
ResponderExcluirSó pra lembrar que não me esqueço de você!
Bjs,
Vera Barrionuevo
Mara... Quando vejo essas palavras me encontro pensando como nossa língua é incrível!
ResponderExcluirBjs.
Luciano
Mara,
ResponderExcluirLindo este canto em conto.
bjs,zi