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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

o oco do ocaso (texto na íntegra)


Um ou dois caminhos a seguir. Ficar só diante da encruzilhada. E depois ver desfazer toda linha todo traço toda estrada trilhada. Desfazer na paisagem ficar num entre sem nenhuma quina.
Em pé circunstante.
Esbarrar no nada no nada no nada no vazio vazio no o do nada no nenhum do nada o do coisa alguma nem tela vazia nem areia nem camada nem atmosfera nem um solo onde o pé se deita. Nem um pingo de coisa. Um tão abaulado oco que sequer há o que se possa ver ou dizer. O lugar do nenhum lugar o lugar do nenhum momento o lugar do nenhum estar o lugar do nenhum ser o lugar do nenhum dizer.
E depois ver com as costas das mãos. Ler com a curva dos pés. Cantar com a interseção das pernas e do tronco. Ouvir com o cônvulo da voz. Gritar com a pupila dentro a íris. Gozar com o tampo da cabeça.
Do nenhum, oco do oco do corpo, escapa o oco do corpo prende o oco do corpo um vão que abriga a viga vento irrompido vácuo da vida. O oco do corpo brisa que vibra como camada vazia onda de luz e calor eco das cores do que seja o oco do ocaso sol nascendo cordas tremidas.
(extraído do livro "onde houver vida a vida haverá de vingar".)

4 comentários:

  1. ler isso agora
    ler isso agora
    ler isso agora

    necessário

    obrigada.

    isa

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  2. Puxa... comecei a ler um livro ontem que fala dessa unidade corporal...
    É tão interessante aceitar isso.

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  3. Do oco escuro frio no nada ao oco claro vibrante. Sounds good.
    Lau

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  4. CHEGOU NA HORA.

    SE SOUBESSE COMO PRECISO DO OCO AGORA , MAIS DO QUE NUNCA. NÃO QUERO CAMINHO, NEM ESCOLHA, NEM ENCRUZILHADA.ENTRAR NO NADA,ESPERAR...

    VERA.

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