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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

trata-se disso.



Trata-se disso. De se atirar de uma ponte. De se atirar de uma ponte e de morrer. Trata-se sempre disso. De morrer. A cada dia morrer. A cada suspiro morrer. A cada giro a cada respiro a cada momento minuto segundo morrer. Morrer toda morte que tem o dia. Que têm as folhas. Que têm as gotículas de água de vapor do vapor que evapora. Trata-se do ar que se respira. De cada átomo de cada partícula de cada luz que move o canto o pranto e uma nova teogonia. Trata-se disso. Estar morto para a vida. Estar morto nesta vida. Morrer morrer morrer a morte de quem ainda acredita. Trata-se disso. De morrer a cada centelha. De morrer a morte das abelhas. De morrer a morte da alegria. De morrer em todo caso. De morrer todos os dias. Trata-se inapelavelmente dessa alegria. Alegria alegria alegria pela morte de cada partícula que morre a cada dia.

Morre é modo de ver. Trata-se ao fim e ao cabo de indizivelmente aprender da matéria algo além dessa vida presa parada estocada no cúmulo de se acreditar uma partícula.

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