Algo ínfimo que muda estatela e move.
Chove. Primavera sem flores só as cores e todas todas são o sol e o azul. Um
azul de tinta carregada escorrida que abordoa tudo que em tudo vibra como lama
óleo que de tudo emana. Primavera de fulgores. Que destrançam almas que atravessam
corpos e arremessam gestos para longe. Primavera de espasmos de risadas e de
ritmos que se descortinam e escapam que no vinco não encontram mais a fonte. Primavera
mundo desviado do rumo pedra desprendida desfazendo marcas e borrando línguas
sacudindo as vidas convertendo as almas numa onda de fagulhas novas de fagulhas
imprevistas.
(extraído do livro "onde houver vida a vida haverá vingar")
Nenhum comentário:
Postar um comentário