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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

move



Algo ínfimo que muda estatela e move. Chove. Primavera sem flores só as cores e todas todas são o sol e o azul. Um azul de tinta carregada escorrida que abordoa tudo que em tudo vibra como lama óleo que de tudo emana. Primavera de fulgores. Que destrançam almas que atravessam corpos e arremessam gestos para longe. Primavera de espasmos de risadas e de ritmos que se descortinam e escapam que no vinco não encontram mais a fonte. Primavera mundo desviado do rumo pedra desprendida desfazendo marcas e borrando línguas sacudindo as vidas convertendo as almas numa onda de fagulhas novas de fagulhas imprevistas.

(extraído do livro "onde houver vida a vida haverá vingar")

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