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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

algo vizinho daqui



               Algo está vizinho daqui. Algo que não se esconde. Que não se confunde que não se encontra no sentido exprimido pela palavra onde. Algo está vizinho. Vizinho. Vizinho que de tão na beira do que digo quase já é outro lado quase já não se aprisiona nesse texto a não ser como uma espécie de vago. Algo que está vizinho tão perto mas que não posso chegar com a mão ou com a língua. Só pelo pensamento. E mesmo esse não quando no exercício comum de cotidianamente. Algo que está vizinho. Que só se arranca se extrai se expressa de modo nenhum previsto. Algo que imanifesto não claro inserto no cavo desse segundo. Algo que não preciso nem voz nem vácuo nem vínculo. Algo que ainda não digo por mais que nesse escorrer do lápis pela página eu tenha chegado ao grave de quase dizer. Algo que não se prende com a dança da língua nos dentes. Se diz fala do coração ou com as narinas pelo escapar do que vejo. Algo além do minúsculo de um ensejo. Algo alguidar ao guidon no desvio que já pressinto no descuido que não planejo.

(extraído do 'livro': "Afeto confesso" - título provisório.)

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