Algo está vizinho daqui. Algo que não se esconde. Que não se
confunde que não se encontra no sentido exprimido pela palavra onde. Algo está
vizinho. Vizinho. Vizinho que de tão na beira do que digo quase já é outro lado
quase já não se aprisiona nesse texto a não ser como uma espécie de vago. Algo
que está vizinho tão perto mas que não posso chegar com a mão ou com a língua.
Só pelo pensamento. E mesmo esse não quando no exercício comum de
cotidianamente. Algo que está vizinho. Que só se arranca se extrai se expressa
de modo nenhum previsto. Algo que imanifesto não claro inserto no cavo desse
segundo. Algo que não preciso nem voz nem vácuo nem vínculo. Algo que ainda não
digo por mais que nesse escorrer do lápis pela página eu tenha chegado ao grave
de quase dizer. Algo que não se prende com a dança da língua nos dentes. Se diz
fala do coração ou com as narinas pelo escapar do que vejo. Algo além do
minúsculo de um ensejo. Algo alguidar ao guidon no desvio que já pressinto no
descuido que não planejo.
(extraído do 'livro': "Afeto confesso" - título provisório.)
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