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sábado, 15 de agosto de 2015

todos mortos

tenho algo a declarar: vocês estão todos mortos. Inclusive eu. Inclusive o u. Inclusive os mortos. Todos tão mortos como pessoas como arquivos como memórias como vivos. Todos tão mortos como mortos como partes como nomes como signos. Todos todos todas tanto tantos tantas mortos sem nenhum cataclismo. Como mortos que se movem como vivos. Todos tão mortos que se pensam quando pensam que estão vivos o que fazem é o arremedo de si mesmos dos só mesmos solipsismos. Todos tão mortos mesmo eu. Mais que todos morta morta morta nesse mundo morto que se nutre desses mortos de tão vivos. Todos tão mortos. Mesmo eu. Mesmo tu. Mesmo quem ainda não nasceu. Mortos arrebentados sem ver o que já se instala nessa carne rarefeita. Mortos sem vela sem capela só do pó é que podem sair vivos. Mortos tão mortos sem ver esse verme que já ondula pelas fibras imprevistas.

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