Agora eu posso escrever.
Agora não faz mais sentido.
No papel só há espaço pra ler e o que eu escrevo tem de ser sentido dito.
Em voz alta.
Com a lua opilando.
Com a frase no céu com estrelas brilhando.
Numa noite oblonga.
Sob o céu e as coisas.
E a frase que digo ali no lume da lua, diz:
lua.
Mas só de frase ninguém carece.
Agora só de noite
meio do mato
grilo e grama e chão molhado e terra orvalho e noite a dentro
madrugada
quem é que precisa de verbo
de língua?
Do escuro fez-se o verbo e não a luz.
Do escuro dentro, o verbo.
Do escuro vejo o ver vir tendo a luz.
Do escuro vejo o verbo
vejo o ver do verbo ver de ver a luz.
Do escuro veio o verbo ver
de ver a luz.
ver vir vindo
ResponderExcluirir vir vendo
vir vir indo
só vendo
-.-.-.-
Inspirou, olha só!
Coisa boa.
Adorei + este post/poema.
bjs
Gis
Lindo, lindo, lindo. E triste como só quando só a gente olha e então um dia vê.
ResponderExcluirIsa
escuto o ato
ResponderExcluirescurecer...
Bjs
Izilda
Muito bom mesmo, Mara. Parabéns!
ResponderExcluirbjs
Cássio
lo
ResponderExcluirco
eh
po
co