Fenda
que abriga a matéria. Cratera. Ar de calcário e osso. Absconso. Rosnar de
entranha. Saliva de língua que ondula contra os dentes. Captar de micromatéria.
Cripta do desolo. Ali era seco e não havia por onde escapar. Era preciso subir
ora subir ora descer quase sempre rolar. E a calça repleta do pó bem fino que
amarelo tingia tudo. Ali era uma espécie de escarpa. Uma trajetória em
garganta. Uma espécie de abismo. Nada era escuro ali. Era tudo colírio de um
amarelo cor de ouro ouro seco seco a seco corte seco cor de brilho. Mas de
brilho fosco. Ali era o oco do oco. E resfolegava de abismo. Resfolegava de uma
espécie de fuligem vertigem cor de pólen amarelo de um amarelo cor de ouro.
Cores colírio a ensolarar a vista a linha que havia que distribuía o horizonte
em escarpas de planos de amarelo ouro ouro de ouro seco ouro de outro ouro
outro de ouro fosco. Ali naquele amarelo sem fim de um ocre gema cor do sal que
sai de tanto secar ao sol. Amarelo fuligem a resfolegar aquele pequeno pó que
já tingia além das botas das pernas das calças já tingia as mãos. Amarelo ocre
quase um quartzo de sol de salícia de solíssimo o solo solo que só poderia
secar daquilo. Amarelo cor de pigmento têmpera e chegava até as polpas dos
glúteos subia pelo cós da calça transbordava cintura acima e tomava já os
antebraços amarelo de um amarelo tanto que não se assemelhava com nada que não
se contrastava com nada que dali só havia ele amarelo a tomar até o pescoço
todo o rosto os fios fios do cabelo liso. Amarelo de abismo que ora garganta
ora escarpa amarelo de chão de piso de pó bem fino que nunca se soube que havia
pó tão fino não. Amarelo amarelo de abismo que se rasga no chão amarelo de goh
de goh de goh de onde vinha aquele amarelo que já me tomava os frisos dos dedos
que já me cobria a mão. Amarelo pó de ouro pó de outro amarelo que me impelia a
esfregar as pontas dígitas que se impregnavam por dentro de mim sem deixar
espaço para mais nada que não os finíssimos grãos de poeira que imprimem ali
cada passo da perna que ora galgava ora descia sempre rolava por toda aquela
imensa superfície abismo que ora roubava ora impelia. Seria o amarelo então.
Bordando o texto com linha amarela.
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