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sábado, 26 de maio de 2012

abordar da cor


Fenda que abriga a matéria. Cratera. Ar de calcário e osso. Absconso. Rosnar de entranha. Saliva de língua que ondula contra os dentes. Captar de micromatéria. Cripta do desolo. Ali era seco e não havia por onde escapar. Era preciso subir ora subir ora descer quase sempre rolar. E a calça repleta do pó bem fino que amarelo tingia tudo. Ali era uma espécie de escarpa. Uma trajetória em garganta. Uma espécie de abismo. Nada era escuro ali. Era tudo colírio de um amarelo cor de ouro ouro seco seco a seco corte seco cor de brilho. Mas de brilho fosco. Ali era o oco do oco. E resfolegava de abismo. Resfolegava de uma espécie de fuligem vertigem cor de pólen amarelo de um amarelo cor de ouro. Cores colírio a ensolarar a vista a linha que havia que distribuía o horizonte em escarpas de planos de amarelo ouro ouro de ouro seco ouro de outro ouro outro de ouro fosco. Ali naquele amarelo sem fim de um ocre gema cor do sal que sai de tanto secar ao sol. Amarelo fuligem a resfolegar aquele pequeno pó que já tingia além das botas das pernas das calças já tingia as mãos. Amarelo ocre quase um quartzo de sol de salícia de solíssimo o solo solo que só poderia secar daquilo. Amarelo cor de pigmento têmpera e chegava até as polpas dos glúteos subia pelo cós da calça transbordava cintura acima e tomava já os antebraços amarelo de um amarelo tanto que não se assemelhava com nada que não se contrastava com nada que dali só havia ele amarelo a tomar até o pescoço todo o rosto os fios fios do cabelo liso. Amarelo de abismo que ora garganta ora escarpa amarelo de chão de piso de pó bem fino que nunca se soube que havia pó tão fino não. Amarelo amarelo de abismo que se rasga no chão amarelo de goh de goh de goh de onde vinha aquele amarelo que já me tomava os frisos dos dedos que já me cobria a mão. Amarelo pó de ouro pó de outro amarelo que me impelia a esfregar as pontas dígitas que se impregnavam por dentro de mim sem deixar espaço para mais nada que não os finíssimos grãos de poeira que imprimem ali cada passo da perna que ora galgava ora descia sempre rolava por toda aquela imensa superfície abismo que ora roubava ora impelia. Seria o amarelo então.

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