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quinta-feira, 31 de maio de 2012

peregrino


Síncope dos pequenos dias. Vou contar todos os presságios que tive antes de dar o primeiro passo. Síncope das noites encapsuladas das nuvens mal-paridas das estradas mal-encontradas mal-assombradas por pessoas vivas.
Era de um antever toda a sombra que eu via. A longa vista longa longa longitude aquelatude paralelas margens rodovias. E linhas interrompidas e contínuas a seguir infinitas. E o horizonte ao longe do olho. E ao lado do rosto e ao lado ao lado. E isso era uma antevisão do que realmente eu ia.
Começava pelo degrau da porta de casa, atravessava o jardim. Ia por pedras ia pequeno. Depois, era ganhar num passo a calçada. Esse era um pelo menos início. Mas antes de chegar à guia antes de descer no asfalto já toda chuva de agulhas me atingia e sem mais um passo adiante eu estacava. Recuava. Recuava. Voltava ao jardim subia de ré o degrau cerrava a porta dava duas voltas inteiras na chave.
Era sempre assim que eu começava. E nunca era para mim difícil ir à padaria, ao mercado, à praça próxima à quitanda. Nunca era para mim impossível conquistar esquinas e ruas alcançar longas distâncias. Desde que me assegurasse de que não tinha ainda dado início àquela jornada.
(extraído de um mundo outro mundo.)

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