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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

colmatado



Converter o nada em quê? Lata vazia. Parede de lata. Eco de lata. Silêncio de lata. De tábua. De tubo compressor. Silêncio estirado. Silêncio extintor. Silêncio colmado. Silêncio clangor. Silêncio consumado. Silêncio extintor. Nada. Extrair do pedaço de lata que se acomoda como abraço no peito. Que circunda o que é do corpo e o que também no corpo habita mas que não se acha como corpo no corpo.
Nada há que fazer. A folha grossa de alumínio transmutou-se em mucosa. Pele dos órgãos. Clangor de órgãos congelados definidos colmatados sobrepostos erigidos. Colmar das camadas do ventre do pulmão. Organizar de colméias por nenhum espaço livre.
Converter o nada em quê? No exercício extenso de arrancar do corpo essa colméia feita película de lata que ecoa o oco e que não encontra nada. Só o eco. Soa eco. Soa o oco. Do sacudir da superfície folha de lata.
(extraído do livro onde houver vida a vida haverá de vingar.)

3 comentários:

  1. Pressentido escorrer do tempo de lata em lata em lata, o colmatado. Antes eu costumava sentir esse gosto de lata oca, um pouco enferrujada, mas passou. Por isso entendo tanto seu texto. Não há mesmo o que fazer, a coisa vem e vai, um eterno ou finito per si.
    IveSampa

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  2. É um nada que cobre, que entulha de vazio, que transcende, que sublima.
    Beijo,
    Rosiane

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  3. É MESMO DO NADA QUE TEM-SE QUE TIRAR COISAS.E NÃO ESPERAR SURGIREM ESPONTANEAMENTE, SEM QUALQUER ESFORÇO. TUDO CUSTA CARO! VERA.

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