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quinta-feira, 9 de junho de 2016

no da gravata



Punha a mão repetidas vezes no nó da gravata. Estirava o pescoço. Hirta a cabeça hirtos os pelos da barba. Passava a água. A água pela garganta aplicava-lhe um golpe de faca. Gume de faca cravado no pomo cortava-lhe a glote e a língua.
Mais um dia e ele não dissera nada. Só passara a mão inúmeras vezes pelo nó da garganta. Digo: da gravata.

(extraído do 'livro' "um a um - os poros da paisagem pólen".)

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