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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

a força que tem o gesto



Carnar toda a mão no ato sem pensar o que dele resulta o que nele exulta o que nele é somente feito pela força de um afeto. Desgarrar deslocar descarrilar. Descarrilar sem obedecer mais a nenhum vínculo a nenhuma compreensão do que deva ser do que se prescreve como sendo da lei do habito com outros esse mundo. Esperei pelo mundo mil anos e ele não veio. Ele nunca veio. Nada veio do mundo. Cansei de tudo. Cansei de dizer eu. Cansei dele eu e de seus gestos.
Agora será o quê? Meio sem marca. Meio água que não se abala. Meio que nada ou ninguém abarca. Meio em cava. Só a metade? Nem um pedaço. Uma pequena brecha. Só uma fresta. Meio no nada. O pequeno de estar ali. Meio que do que veio o que veio só veio como o que é vácuo o que não é mais do que intermezzo.
(extraído do livro "um a um - os poros da paisagem pólen.")

2 comentários:

  1. aqui habito
    sem nada
    em cada fresta
    uma paz
    uma festa
    silente
    suficiente
    aqui habito

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  2. todos no mesmo barco...
    errantes navegantes, eis nos aqui...

    vera

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