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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

contínuo



E se não houvesse mais nenhum contínuo ali. Se tudo fosse plano e conexo em todas as direções por todas as dimensões. E se tudo fosse como uma malha rede líquida mar que na verdade abrigasse a mais quebrada forma de se interpor e de ser abismo? E se tudo fosse cavo cálculo ao contrário vidro quebrado por onde atravessa a luz que não se faz nunca uma só mas que respira inteira como uma cortina ou um lençol quebradiço sem intervalos e ao mesmo tempo inteiro pulsar descontínuo.
E se não houvesse um só vento e viga se como os passos fôssemos minutos dobrados ao contrário da ampulheta que gira? E se todos os caminhos nunca tivessem sido ido do construído tudo não passasse de um circuito infinito. E se todos tivéssemos em nós as cordas os laços os nós que pulsam e param que nunca descansam em uma só estação? E se ao mesmo tempo que agora fosse ontem e estivesse ali a lâmina seta inalcançada do futuro? E se não fôssemos somente a carne os nervos as veias e os músculos mas contemplássemos a cada vulto voz grito ou canto o que nos contempla de um outro espaço de um outro tempo de um outro canto? E se através de nós ultrapassássemos sementes como força voltagem través e complicássemos em dobras bordas de entres entes desintegrando intensos grão a grão num granulado de zil voltz?
E se nos encontrássemos para além de onde estamos e nos déssemos conta de que tudo não passou de um plano de um conto de uma só figura e que agora estamos mesmo aqui do mesmo lado compreendendo que não se tem de fazer nada ou ir a lugar nenhum o melhor meio de viajar é aquiescer ficar ficar e ver desfazer o ser ser nenhum pra com plis com pleni com plexo alcançar o o que nunca é onde está que nunca um só é e que nem é nem quando e nem sequer se sabe ao certo se e como.
(extraído do livro "um a um - os poros da paisagem pólen".)

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