Powered By Blogger

domingo, 11 de outubro de 2015

disparo



Nobreza de fugir para sempre. Para sempre perder. Para sempre fracassar. Para sempre estar retido na rede repetindo o abismo do mesmo momento. A mesma circunstância o mesmo evento deitado ao longo de todos os outros eventos. Nobreza da baixeza de estar preso rebaixado à ferida à marca. Janela trespassada que continua impedindo o movimento. Da força. Do vento. Do grito. Do sangue correndo. Baixeza da paralisia. O que eu posso se não estar preso à esfera vazia. Uivo de noite corcunda. Oposto do óvulo que se fecunda. O que posso se não estar atado sem nada poder contra o pensamento imagem a conclusão a partir de um lapso. O pensamento imagem a fantasmagoria. O que é que eu posso contra o que em mim se arma sem mim? 

(extraído do 'livro' "afeto confesso")

Nenhum comentário:

Postar um comentário