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sábado, 17 de outubro de 2015

números



Era uma parede de números incalculados. Era fria. De azulejos anotados até o teto. Azulejos preenchidos pelos números visíveis pelos números escritos manuscritos. Azulejos anotados anotados. Números finitos. Mas ali indicados pareciam nada menos que inúteis e frios escrevidos lado a lado circunscritos pelo dentro de quadrados. Paredes e paredes preenchidas à exaustão. Andares e andares anotados. Números inscritos pelo traço de uma mão.
Subíamos as escadas. Subíamos um a um degraus com números inscritos em cada vão. E nas paredes que seguiam desde o chão até o teto. Subíamos subíamos por degraus escorregadios. Também eles com números anotados. Andávamos em círculo mas subíamos. E ao seguir tudo o que víamos eram números algo parecido a um sem fim a um muito próximo do infinito uma espiral de números insertos por todo lado.
Eram paredes curvas e subir era perder o piso perder o solo perder o juízo ao ter aos pés diante dos olhos por todos os lados o traçado infindo de fileiras e fileiras inúmeras fileiras de números desenhados. Era um círculo. Era um índice de um fim seguir olhando para cima para baixo seguir lendo números parecidos com o infinito números e números e números e números perfilados.

(extraído do 'livro' "um a um - os poros da paisagem pólen".)

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