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quarta-feira, 25 de novembro de 2015

uma voz só uma voz




Um incompleto. Sensação escavada de um manto. Uma voz só uma voz sem palavra ou canto. Nem um grito nem um falar ou murmúrio. Uma voz só uma voz sem nenhuma matéria. Só o timbre de um sustenido da artéria. Uma voz que se entoa sem canto. Vertente estéril. E nenhum passo a mais. Só o que seja o medo o arrepelo da pele ou que outro sentido se possam dizer as coisas. Metade nem quarto nem meio. Uma voz que se entoa sem canto uma oitava abaixo da nota menor. Vertente sem corpo. Só o oco do pescoço que se deixa escapar pelas frestas.

(extraído do 'livro' "afeto confesso".)

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