— Mas você disse uma palavra.
— Às vezes mais de uma. Às vezes uma frase inteira. Como um sopro. Tom de sono. Mas não é disso que se trata.
— Então é como?
— E eu é que vou saber? Não há saber. Se eu o faço ou se eu faço do modo que consideram como louvável.
— O fato é que ninguém lê.
— Ninguém lê.
— Todo o mundo escreve.
— Todo o mundo.
— E que razão então há para continuar a fazê-lo?
— Nenhuma. É que escrever não está preso a nenhuma razão.
— Não?
— Como eu disse: escrever não se trata de escrito.
— Então de quê?
— Escrever se trata do inaudito.
(extraído do livro uns tantos outros.)
Amei!
ResponderExcluir