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segunda-feira, 23 de abril de 2012

o que veio II

     Do passado alcançado de pijama ainda no escuro corredor até chegar ao banheiro. Passam-me as portas pelos lados. Tudo é um fechar de portas ao lado, até chegar ao banheiro. Não acendo a luz para não espantar o sono. Para não espantar o sono dos outros em mim no que foi meu rosto. O sono dos outros em mim no que foi meu rosto no espelho. Dos outros do que foi em mim o rosto dos outros no espelho. Um laivo de linha ali lavra a expressão daqueles que vicejaram em mim num ecoar de goivas. Larvas de veios dos que aqui comigo habitam o que sou. Um lapso do que sou, escapo no espelho e vejo o salão vazio por onde escorregam aqueles que vicejaram em mim o que mim fui.
     Esfregar de palmas até rasgar as digitais que me definem. Mas o dia, o dia, o dia irrompe e o que vou fazer com a aurora? Não vejo mais na mescla dos meus traços o que na madrugada era tão vindo. Arrumar a roupa preparar o caldo preto pra acordar o corpo para o novo dia. Viver no intercalar da madrugada e o romper do novo dia. Aqui criei fagulha. Aqui verti o vínculo presságio entre as minhas todas dobras entre aquele todo explícito curvar de linhas que se chama o que sou. É preciso ser também no dia. Desço e no elevador minha voz para o vizinho me devolve o pêlo e o calor do corpo. Alcanço a porta e a calçada em plena luz e agora as pernas ganham o sentido do equilíbrio vivo de encetar caminho. Para onde vou? É preciso ter um destino. Para o edifício. Para o escritório. Para os corredores portas quinas de paredes para aquelas curvas que suspendem imprimem convencem-me de que é esse mesmo quem sou. Agora não-vazio. Agora corpo tido preciso ocupado pelos todos sentidos engajados pelos nós que se dão no olhar do outro um no quem é você quem sou. Eu fico aqui você aí e não mais que isso além disso é um transcender a borda. E isso não é permitido. Mas caminho mas caminho a caminho na boca e comigo tenho sendo o sentido de que a curva que verto ao vento uiva singular no que curva que só mim sou. Mas as linhas sempre as linhas me dão madrugada adentro o ganido dos muitos que por mim passam havidos todos os que por mim vagam infinitos todos os que em mim por meio de mim são.
(extraído de uns tantos outros)

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