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terça-feira, 2 de outubro de 2012

ele se foi


        Foi viver lá. Há anos. Num sei. Deu nele. Não sei o que foi. Sei que foi. Num dia pro outro. Que eu soube. Subiu. Foi pra onde ninguém viu. Ser um outro. Zé das couves? Ou qualquer outro. Um dia que não teve o após o outro. Sumiu. Foi pra longe. Lá onde o Judas nem sabe se é onde. Desaparecer não desapareceu que às vezes vem notícia de encontro. Mas tá lá. Onde ninguém sabe direito onde. Num lugar. Certamente. Não qualquer. Pra qualquer pode ser que pareça. Mas que escolheu acho que deve ter escolhido. Todo mundo escolhe o canto em que se esconde. Não escolhe? Vai ver. Quando chega chega certo. Não tem erro. Pode ser que não encontre. Cara a cara. Pode ser que seja esse o intento. Quem esconde não sabe ao certo do que se esconde. Ou quem. Nem voltou. Nem um dia. Fica lá. Sem ter ninguém que saiba direito onde é que fica. Sei que fica. E parece longe. Agora dizer pra voltar não tem quem diga. Não tem quem chegue. Ou se chegue que alcance. Ou que alcance de modo a se fazer ouvir. Deu de ombros. Deu as costas. Deu nos pés. Não tem lado certo por onde chegue. Não tem lado certo por que alcance. Sei de nada a fazer pra tirar ele de lá pra fazer ele voltar. E também se voltar já não chega mais como foi. Já nem sei se vem como ficou. Se chegar já não chega a vir o que foi. Chega outro. Se é que vem. 

(extraído do livro onde houver vida a vida haverá de vingar.)

3 comentários:

  1. muito bom Foi,tá lá pode voltar ,pode ficar,em meio a tantos outros
    maria

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  2. o pior é que é assim mesmo. é só prestar atenção.

    vera

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  3. Ah! Ir é ter a certeza de não saber no que transformou quando volta.

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