Ele começa a
compreender, portanto. Começa a ver que agora não mais, não menos, não nunca,
em tempo em vento em movimento intenso e vulto. Ele começa a ver, portanto.
Começa a ver. Está deitado na praia. Está prestes a sentir-se vivo. Está na
iminência de sair do perigo. De penetrar cada vez mais íntimo. Ele começa a ver
o Sol. Ele começa a ver a areia. Ele começa a sentir que por dentro de suas
unhas não há mais uma carne que possa chamar de sua. Ele começa a ver, quem
sabe. Ele começa a ver que não pode mais ser chamado: Eu: desatino de encontro:
Eu: número intercalado estratificado pelo preciso pelo parede ato. Ele começa a
sentir na ante carne que na ante carne há um movimento há uma vara que trepida
e vibra há uma linha para além-aquém do que se possa chamar de ele começa. E
isso é só um começo. Isso não é o que ele de fato o avesso. Ele numa onda do
instante ele num ante passo adiante. Ele ali. Onde. Ele hoje ontem.
Ele e o que se
possa dizer do nenhum. Mas vem a caminho. Circunavega onde sei lá que vícino. O
que se avizinha. Escapa do mesmo mesmo mesmo espaço segue até a fronteira. E
uma volta inteira. Ele não está de pé. Ele sequer sabe como é que se deita. Ele
não pode sentar ele não vê mais distância entre o seu pé e a cerca. Ele não
mais diz eu para passar.
Ergue a porta da
garagem. Ele não mora mais ali. Ele dali não vê mais entrada. Nunca soube se saiu.
Evadiu-se esqueceu o ronco daquele vão o rumo daquele ulco.
Ele começa pelo
uivo do rasgo-dizer se dizer é o que o que o que é um que ainda se enseja...
Ele segue singrando
a beira. Segue singrando o que segue nem sempre por um caminho. Ele não vê mais
um destino. Ele não vê mais nenhum caminho. Nem terra, nem mesmo eu. Nem plano
nem borda do que seja a borda do que seja a borda do que quer que seja.
Mas quando?
Quer dizer, como?
Quer dizer, quem?
Esse fugir da
pergunta. Seja o que for, ele se esgueira do pequeno que habita a pergunta. Do
pequeno que responde há pergunta.
Ele começa a ver
sem veios. E isso é já além dessentir. E ele começa a ver é querer dizer daqui
o que já começa em acontecer.
Ele começa a ver
com as plantas (e as dos pés) com as palmas (e as das mãos) com cada ponta em
fio (e os cabelos) com todos os pelos (e os pêlos) com todas as camadas poros
(e a bunda).
Mas o que disse
até, então? Disse? Disse disse? Disse escrevido e roçado pelo chão e o que
espirra desse texto? O que disse? Disse? Foi um imenso arremedo que deveria se
envergonhar de escrevido. Ele começa a ver? Disse? Mas quem começa é uma pessoa
do discurso construído pelo curso do dizível:
Ele começa a ver
navios e horizontes e... Ele ainda está na praia. Mas, então, num estranho
desde, ele vibra entre o mar e o céu e o olho.
Ele areia areia e a
vala. Ele não mais havia. Ele ali foi o que eu vi eu eu eu eu eu minha dele
nela nossa imensa fenda via. Via.
(extraído do livro um mundo outro mundo.)
DIZER O INDISÍVEL...
ResponderExcluirANTES SENTIDO DO QUE DITO.
DIFÍCIL NÉ?
VERA