Camuflagem do
desvio: Sol a pino árido e seco. Não havia ali mais ninguém quando tornei a me
ver. Isso foi bem antes. Quando pela primeira vez senti que era e tinha dedos.
Foi de uma solidão de crise ver-me saltado destacado e nenhum comum a
misturar-se com meu corpo. Isso foi bem antes.
Agora que começava
a sentir os todos próximos peles e nervuras poros e suores vicejava no caminho
um ralo e estranho mato que naquele solo infértil era sem dúvida impossível de
conceber. E no entanto estavam ali aquelas hastes; relva capim matinho verde a
se espraiar abaixo dos meus passos a refrescar meus olhos.
Aquela cor e mais
textura, aqueles ramos se entrelaçavam a minha frente e me levavam a perder.
Tanto era incrível que ali cresciam que me pus a pesquisar de que modo se
organizavam com que frequência surgiam em que direção mais incidiam.
Era a olhar pelos
lados e rodar o corpo e rir gargalhadas pelo vicejar das folhas linhas abordar
o que quando vi já não era mais estrada nem caminho. Tudo era uma trama de
gramíneas a devolver meus nervos para a superfície e esquecer que vinha pele
passo e corpo cérebro por uma antes estrada.
Não havia mais o
sulco. O leito de terra batida pisado pelos meus pés ao longo de toda aquela
empreitada. Não havia mais nada. Somente eu e uma imensa superfície gramada.
Era o verdejar naquele inexplicável e silencioso e desmesurado ainda deserto.
Mas eu não estava mais na estrada. E vi-me e às torres cordas de um único
viver. Eu era o âmago e me sentia sê-las de um modo que nenhuma palavra é hábil
para descrever.
Nisto surpreendi-me
pedalando uma bicicleta de sete ou treze rodas, inúmeras cordas chaves espelhos
cacos de muitos vidrilhos. Lado a lado vinha aquele antes e vinham outros em
outras embarcações em naves em armações de arame a rodar cada um um par de
pernas os seus próprios pedalares. Éramos uma horda de diferentes aros.
Vínhamos pela frente e pelos lados. E eu quando ri me vi de novo olhando o
espelho daquele um do encontro: era os que o espelho me mostrava mas a risada
me deu o tom de que eu ainda observava.
Será possível que
eu voltara para a estrada?
[continua]
(extraído do livro um mundo outro mundo.)
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