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quinta-feira, 25 de abril de 2013

as torres (4 de 6)



Camuflagem do desvio: Sol a pino árido e seco. Não havia ali mais ninguém quando tornei a me ver. Isso foi bem antes. Quando pela primeira vez senti que era e tinha dedos. Foi de uma solidão de crise ver-me saltado destacado e nenhum comum a misturar-se com meu corpo. Isso foi bem antes.
Agora que começava a sentir os todos próximos peles e nervuras poros e suores vicejava no caminho um ralo e estranho mato que naquele solo infértil era sem dúvida impossível de conceber. E no entanto estavam ali aquelas hastes; relva capim matinho verde a se espraiar abaixo dos meus passos a refrescar meus olhos.
Aquela cor e mais textura, aqueles ramos se entrelaçavam a minha frente e me levavam a perder. Tanto era incrível que ali cresciam que me pus a pesquisar de que modo se organizavam com que frequência surgiam em que direção mais incidiam.
Era a olhar pelos lados e rodar o corpo e rir gargalhadas pelo vicejar das folhas linhas abordar o que quando vi já não era mais estrada nem caminho. Tudo era uma trama de gramíneas a devolver meus nervos para a superfície e esquecer que vinha pele passo e corpo cérebro por uma antes estrada.
Não havia mais o sulco. O leito de terra batida pisado pelos meus pés ao longo de toda aquela empreitada. Não havia mais nada. Somente eu e uma imensa superfície gramada. Era o verdejar naquele inexplicável e silencioso e desmesurado ainda deserto. Mas eu não estava mais na estrada. E vi-me e às torres cordas de um único viver. Eu era o âmago e me sentia sê-las de um modo que nenhuma palavra é hábil para descrever.
Nisto surpreendi-me pedalando uma bicicleta de sete ou treze rodas, inúmeras cordas chaves espelhos cacos de muitos vidrilhos. Lado a lado vinha aquele antes e vinham outros em outras embarcações em naves em armações de arame a rodar cada um um par de pernas os seus próprios pedalares. Éramos uma horda de diferentes aros. Vínhamos pela frente e pelos lados. E eu quando ri me vi de novo olhando o espelho daquele um do encontro: era os que o espelho me mostrava mas a risada me deu o tom de que eu ainda observava.
Será possível que eu voltara para a estrada?

[continua] 
(extraído do livro um mundo outro mundo.)

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