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quinta-feira, 23 de maio de 2013

de repente um outro



De repente como pegar o que já esteve ali. Caco de coisa que ninguém dá por falta. Pau quebrado. Cerca derrubada. Poste sem ter estrada. De repente é como pegar a louça trincada e com ela por não ter com ela que fazer nada arranjar outro corte outro fio outro uso do que ali nunca foi previsto.
De repente. De cacos. Farrapos de roupas. De trapos tornados colchas. De panos descosturar redes. Fazer fazer tomar rearrumar o que nunca ali foi visto o que jamais pra isso foi feito o que de modo algum foi suspeito. De repente. Cor da matéria vísceras de quimeras de rejeitos de destroços.
De repente ver acometer o pulsar de outros nortes e de outros suls de outros pra lá e pra cá. Outro de todos os arranjos dos vagos ocultos entre o que estava um pouco a pouco forjado a custa de viver o nenhum sempre. Sempre aquele que está sempre outro.
(extraído do livro "onde houver vida a vida haverá de vingar".)

Um comentário:

  1. Sabe quando se coloca um filme de trás pra frente em velocidade rápida? Então, foi assim que senti/percebi. Por exemplo, descosturar (pra mim desmanchar) redes foi chegar à origem da manufatura - só que mal uma rede começou a ser refeita isso se interropeu pelos "não" destroços, algo (escultura? instalação?) ainda a ser construído de rejeito. Mas sumiu, não deu tempo de acompanha tamanha veloidade.
    IveSam

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